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ARTIGOS

quarta-feira, 28 de maio de 2014

MANIFESTO COMUNISTA EM QUADRINHOS

No link abaixo você pode baixar o MANIFESTO DO PARTIDO COMUNISTA em quadrinhos.

Baixe.
Leia.
Entenda.
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MANIFESTO DO PARTIDO COMUNISTA EM QUADRINHOS AQUI



segunda-feira, 19 de maio de 2014

PROVAS UPE 2000 - 2012

No link abaixo você pode acessar e realizar download das provas de História da Universidade de Pernambuco (UPE).

Bons estudos.

Pense FORA DA CAIXA.





PROVAS UFPE 2005 - 2011

No link abaixo você pode acessar e realizar download das provas de 2a. fase da Universidade Federal de Pernambuco.

Bons estudos.

Pense FORA DA CAIXA.

PROVAS UFPE 2005 - 2011 AQUI


FICHAS MONSTRO

Olá, estudante, 

Uma das formas eficientes de fixar conhecimentos é realizando exercícios. Pensando assim, estou disponibilizando as FICHAS MONSTRO: seleção de questões de vestibulares de várias universidades do país.

No link a seguir você poder realizar o download de todas as FICHAS MONSTRO publicadas.

Bons estudos e lembre:


1. Você sabe muito, mas NÃO SABE TUDO

2. Você não sabe tudo, MAS SABE MUITA COISA

3. COMPARTILHE, contribua com a Revolução, que só começa quando partilhamos

4. NUNCA, NUNCA NUNCA tenha vergonha de perguntar

5. NUNCA, NUNCA, NUNCA suponha que as pessoas tenham obrigação de saber o que você já sabe - os dedos das mãos não são iguais

6. Discorde, Discorde hoje, Discorde amanhã, DISCORDE SEMPRE! Só a oposição de ideias pode gerar novas ideias

Pense FORA DA CAIXA.

FICHAS MONSTRO AQUI!




quinta-feira, 15 de maio de 2014

"VOU ALI ROUBAR A INSINUANTE": CONSIDERAÇÕES SOBRE A GREVE EM RECIFE


Após a deflagração de greve da polícia militar, seguiram-se cenas de saques, violências e reações que lembraram os mais clássicos filmes de distopias, de mundos em decadência, de perigo para tudo e todos. Nesse momento é invocado tal qual um pokémon, o pensador Thomas Hobbes e sua ideia de estado de natureza e a clássica e muito repetida frase: o homem é o lobo do homem.

ORDEM! ORDEM! ORDEM! Grita-se aos quatro ventos feicebuquianos (das janelas de lares “amedrontados”, que é bem fora de moda, mas ainda em voga, também) para garantir a segurança e ... a propriedade.

Sai de casa para vender aulas e fui testemunha do que estava acontecendo em vários lugares – considerando que tive que arrodear a cidade para chegar em casa devido ao fato de muitas pessoas, ao mesmo tempo, terem a mesma ideia que eu: em casa é mais seguro.

A partir do que vi, penso ser interessante considerar alguns pontos:

1. A RESPONSABILIDADE (culpa, não... é simplório demais) PELOS SAQUES NÃO É DA PM. Não foram os PM’s que saquearam, foram algumas (muitas, não todas) pessoas que, sem o aparelho repressor do Estado (olha, Althusser sendo invocado também) agiram e saquearam lojas, supermercados e afins;

2. O ESTADO (o governador o representa) TEM MAIOR PARCELA DE RESPONSABILIDADE PELO QUE ACONTECE. A insatisfação com as péssimas condições de trabalho não é algo novo. Em outros momentos elas estavam presentes. Pense comigo: correr atrás de bandido com coletes que mal aparam água de chuva, quem dirá bala, pode ser considerado “trabalho seguro”? reivindicar que se reforme o hospital dos militares é exigir demais? O policial leva um tiro cumprindo sua função de proteger e não tem hospital para garantir a vida dele – quando ele a arrisca por outras pessoas?

Nenhuma situação como essa surge do nada ou é fruto do suposto clima anti copa apenas. Ela vem sendo gestada continuamente, bala a bala, no dia a dia.

3.NEM TODO PM COMETE CRIMES. É lugar comum afirmar que “na polícia só tem criminoso”. Vamos aproveitar o medo para ampliar a percepção: se todo PM fosse criminoso, teríamos mais crimes acontecendo. Afirmar isso é dizer que toda uma categoria é criminosa quando, se fosse verdade, teríamos uma situação como a de hoje todos os dias. Na verdade, talvez nem estivéssemos organizados como estamos. A barbárie seria maior e a suposta “civilização” não se desenvolveria.

Mais um pouco sobre esse ponto: é a mesma linha de raciocínio do adágio maldoso e muito repetido: mulher no volante, perigo constante – quando é um homem que faz uma barbeiragem, é aquele homem e não todos. Uma mulher, todas as mulheres, a categoria mulher é (todas), nesse raciocínio, que não sabe dirigir.

Afirmar que a polícia não faz falta pois o bairro em que se vive não conta com a ação devida de garantir a segurança com certeza não é a forma de resolver a questão. Desmilitarizar a PM talvez seja (mas isso é assunto para outra postagem). 

4. NEM TODO SAQUE FOI DE “SUPERFLUOS”. Muitas imagens foram veiculadas mostrando lojas de eletrodomésticos, artigos de informática, sapatos sendo roubadas. Mas, deve-se considerar que pessoas passando necessidades alimentares também saquearam para garantir a despensa cheia, considerando a escassez (falta) desses artigos cotidianamente.

Nesse ponto chego a um aspecto que trato com minhas turmas quando, discutindo sobre combate ao crime, afirmam que “bandido bom é bandido morto”. MENOS O QUE ROUBA LEITE. O QUE ROUBA PRA SE ALIMENTAR, NÃO. O que nos leva para a próxima consideração:

5. TODO O ROUBO DEVE SER INVSTIGADO E PUNIDO. Não estou afirmando que deve-se deixar de lado a subtração do bem alheio, seja qual for, mas, bem que seria produtivo fazer uma reflexão acerca da situação geral, que pode ser encaminhada a partir do seguinte ponto:

6. EXIBIMOS PARA A MAIOR PARTE DA POPULAÇÃO PRODUTOS QUE ELA NÃO PODERÁ ADQUIRIR E DEPOIS, QUANDO PODEM OBTÊ-LOS, QUEREMOS QUE NÃO FAÇAM? Estamos no campo do desejo, desejo que é quase incontrolável. Pense na seguinte situação: leve uma criança para uma loja de doces (ou brinquedos), tudo colorido, tudo dizendo: “me pegue, me leve para você” e diga para a criança: “você não pode, mas queira, deseje, um dia, quem sabe, poderás ter!” O desejo quer saciar-se e é uma forma de analisar o que acontece: mesmo ilicitamente, algumas pessoas (não todas, lembrem), vão em busca daquilo que o tempo inteiro a propaganda afirma que vai fazê-la “ser gente”, existir.

É parte de uma estrutura social pautada no consumo do que na maior parte não se precisa. Antes, tinha-se uma sociedade de produtores, quem trabalhava era explorado e excluído por ser trabalhador mas, o que se tem hoje, é uma sociedade de consumidores, marcada pela exclusão de quem não pode consumir tal ou qual produto de determinadas marcas.

7. SE VOCÊ PENSOU: “QUERIA VER SE FOSSE A TELEVISÃO DELE, O QUE IA DIZER”, PARE! PARE! PARE! Esse é o tipo de argumento marcado pela emoção que é exatamente o que atrapalha  qualquer tomada de decisões. Temos que lidar com a situação que se configura perante nós e pensar no “e se”, nesse caso, não vai resolver. Quando uma coletividade toma decisões a partir de emoções, sem reflexões, temos a fabricação de linchamentos e arrependimentos posteriores; há dificuldades de se manter a serenidade, há! Mas decisões imponderadas geram danos maiores que o esforço para “esfriar a cabeça”;
 

Sobre a greve da polícia e as repercussões, tanto da deflagração quanto do fim, elas devem ser compreendidas como parte de um contexto que tem forte sustentação no modo de produção capitalista e seu discurso naturalizador da desigualdade que não é natural e sim social. A violência simbólica que os outros “99%”  sofrem vai sendo represada e reprimida por membros desses mesmos “99%”, que, quando decidem também querer seu paraíso, fazem tremer praticamente todo o sistema.

PARA PENSAR MAIS SOBRE:

terça-feira, 6 de maio de 2014

O FACEBOOK É MEU E POSTO O QUE EU QUISER: LINCHAMENTOS, JUSTIÇA E VINGANÇA

Recentemente os noticiários mostraram vários atos de “justiça” praticados por pessoas em diversos locais do país. Muitos deles ocorreram sem que os “justiceiros” tenham provas de que os acusados são realmente culpados. Para surpresa de muitas pessoas, não eram culpados. O que fazer depois de prova da inocência de alguém quando esse alguém já deixou de viver, na verdade “foi deixado”, ASSASSINADO é o termo mais condizente com o que aconteceu?

Mais recentemente ainda, ganharam os noticiários do país e do mundo o caso do torcedor que morreu após ter sido atingido por uma bacia sanitária na saída de um estádio em Pernambuco. Caso de violência que causou indignação e desistência de muita gente de ir assistir aos jogos torcendo pelo time do coração.

Ambas as situações envolvem morte,  surpresa e novidade, que são alguns dos critérios utilizados para selecionar o que é ou não noticiado e que os jornalistas chamam de valor-notícia. O ponto é que, a partir dessas veiculações, cresce o que anda sendo chamado de “efeito Sheherazade”, ou seja, práticas de justiçamento com justificativas que o “cidadão de bem” (com todas as dificuldades existentes para definir o que seria precisamente) está se defendendo.

Em relação a isso, considero importante observar alguns pontos:

1. JUSTIÇA NÃO É VINGANÇA. Há diferenças importantes entre uma e outra. Para compreendê-la melhor é importante tratar de um dos conceitos de Estado: o conjunto de instituições jurídicas, políticas, econômicas e sociais que funcionam com o objetivo de garantir/buscar a harmonia social.

O Estado deve deter o monopólio da violência, ou seja, só a ele é permitido agir violentamente inclusivve tirando a vida de alguém, se tem como objetivo garantir a proteção individual ou coletiva.

Pense na seguinte situação: se está na nossa Carta Constitucional que a propriedade é inviolável e somos roubados, o Estado deve garantir que o responsável seja encontrado e levado a julgamento. Se eu descubro quem me roubou e entro na casa dessa pessoa e retomo o que era meu, isso não é justiça, é crime, pois nossa Constituição estabelece que a propriedade é inviolável (como está descrito acima). Acompanhe: mesmo sendo ladrão, aquela é a casa dele, sua residência, logo SUA PROPRIEDADE e a propriedade é o quê? INVIOLÁVEL, logo, invasão sem mandato é crime e não justiça.

ATENÇÃO: não estamos discutindo aqui a eficiência do Estado na garantia desse direito, logo, se você pensou: “mas o Estado não faz nada!” você está saindo do foco da discussão desta postagem.

Considere também que não é fazendo o papel do Estado que serão mudadas as condições de vida, segurança etc. Deve-se agir de acordo com a "cidadania ativa", definida pelo falecido sociólogo Betinho: não apenas cobrar, mas também propor e agir.

2. LINCHAR NÃO É EQUIVALENTE A ROUBAR. Uma das discussões mais antigas na área do Direito é como estabelecer a equivalência da punição com o crime cometido.

Mais uma vez, ABRA SEU CORAÇÃO E PENSE NA SEGUINTE SITUAÇÃO: se uma pessoa rouba outra e leva o aparelho celular e, posteriormente é pega e levada a julgamento, como estabelecer a punição que seja equivalente ao dano gerado contra o indivíduo que teve seu bem roubado? Um aparelho novo? O valor equivalente ao dinheiro que não foi ganho pelo dono do aparelho enquanto ele esteve separado de seu bem?

Mas, ampliemos: se a pessoa criminosa tiver matado alguém, a problemática é: se tratamos de punição equivalente, uma vida pela outra, como pode ser equivalente tirar uma vida de quem matou mais de um ser humano? É, se você para para pensar nisso, verá que, como afirma o velho deitado: “o buraco é mais embaixo”. É nesse ponto que cabe a pergunta: faz-se justiça ou vingança?

E assim chega-se até outra pergunta: quando se prova que o “justiçado”, o ser que foi linchado e morto, não era culpado, o que se faz? Pede-se desculpas? Ou, o mais tenso, afirma-se que “puniram a pessoa errada” (então assassinar está correto mesmo sem provas?)?

3. NÃO, NÃO É DEFESA DE CRIMINOSOS O QUE ESTOU FAZENDO: o objetivo desse texto é levar reflexão para quem lê. Não estou defendendo criminosos, estou defendendo a humanidade que cabe a cada ser humano.

Argumentos como “bandido bom é bandido morto” são falaciosos e demonstrativos de falta de pensamento crítico e mais ainda: quando partem de pessoas que, teoricamente, deveriam “pensar mais” que as outras, são demonstrações que caminhamos para uma situação parecida com a descrita  por Hobbes:

(...) não há sociedade; e o que é pior que tudo, um medo contínuo e perigo de morte violenta. E a vida do homem é solitária, miserável, sórdida, brutal e curta.

O motivo: geralmente quando se fala que “bandido bom é bandido morto”, o criminoso modelo não é o mais abastado, o filho do empresário milionário e sim o chamado “ladrão besta” (referência feita a música da dupla de emboladores Caju e Castanha).

Quando se afirma que direitos humanos só devem ser para humanos, desconsidera-se o processo histórico que levou ao nível de “civilização” que atingimos.

DIREITOS HUMANOS NÃO EXISTEM PARA PROTEGER BANDIDOS, MAS PARA PROTEGER A SUPOSTA CIVILIZAÇÃO DE UM ESTADO DE BÁRBARIE.

Se “bandido bom é bandido morto” então, do criminoso de “colarinho branco” ao que roubou um saco de leite, todos devem ser punidos por igual.

Então, mais uma vez, pense comigo: se roubo (fiquemos no mais simples, por enquanto) caracteriza-se pela extração de algo de propriedade alheia, então, o saco de leite e o dinheiro público estão na mesma categoria. Se a fome é elemento que legitima o roubo, a discussão deve ser ampliada e com coragem para, inclusive, mudar de opinião (no melhor estilo Raulseixista).

4. PROFESSORXS E JORNALISTAS AGENDAM SETORES DA SOCIEDADE. Outro ponto que é importante considerar diz respeito a liberdade de expressão. Existem estudos na área de comunicação que tratam de algo chamado agendamento e diz respeito a medida em que a mídia "agenda" a sociedade para debater ou tratar de determinadas temáticas.

Exemplo: em novela recente foi abordado o tráfico de pessoas e, pouco depois do início de tal folhetim, foram denunciados casos de tráfico humano em vários jornais do país. A novela "agendou" a sociedade na medida que chamou a atenção para algo que acontece e não é muito divulgado.

Ainda há discussões sobre agendamento sendo feitas, mas, entendendo essa ideia, pode-se estendê-la como instrumento de análise do “caso Sheherazade": sendo formadora de opinião (me resigno a não tratar da polêmica se ela efetivamente é ou não) ao expor seu pensamento de maneira a legitimar a "justiça" com as próprias mãos, ela agendou a sociedade e legitimou ações como essas.


É a mesma linha de raciocínio para professorxs. Quando afirmamos que “bandido bom é bandido morto” ou fazemos comentários racistas, sexistas, homofóbicos seja em sala de aula, seja em redes sociais, estamos “agendando” nossas turmas no sentido da intolerância e do crime. Isso ocorre porque somos vistxs como autoridades que “sabem do que falam”, ou seja, temos discurso competente.


Afirmar que “o facebook é meu e posto o que eu quero” tem muito sentido, mas quando se lida com público e com público “em formação” (o nosso em sala de aulas), o facebook é menos nosso do que imaginamos pois viramos referenciais para, às vezes, centenas de pessoas.

Quando abordamos esses assuntos, “agendamos” nossas turmas que pensarão a partir do ponto de vista que expusermos. Eis o ponto de inflexão que deve ser levado em consideração por profissionais de comunicação e de magistério.


O ponto é que não parece existir muita vontade de problematizar o que é exposto pela mídia e qualquer tentativa de regulação do que é veiculado é tratado como censura, quando não é. É, sim, a busca por responsabilização acerca do que se expõe.

Responsabilização que também cabe a nós, professorxs. Devemos ter cuidado com o que expomos, problematizar constantemente para não nos tornarmos, sem notar, incentivadores de violências.

Pense FORA DA CAIXA.