Kropotkin, Marx e Bakunin |
Ao tratar das revoluções que aconteceram no século XX é crucial entender o conjunto de ideias que sustentou ideologicamente a maioria desses movimentos. As teorias socialistas ou socialismos.
Os socialistas utópicos têm como principais representantes, na França, Saint-Simon, Charles Fourier, Pierre-Joseph Proudhon, Louis Blanc e Auguste Blanqui. Na Grã-Bretanha, Robert Owen é o nome de maior destaque.
Os socialistas utópicos não destacam a oposição proletariado X burguesia. Eles defendem a reforma, a conciliação para a redução das desigualdades. Foi o caso de Saint-Simon, que defendeu uma sociedade administrada por todos: operários, banqueiros, sábios. Fourier, por sua vez, defendeu a criação de falanstérios, que agregariam de 1200 a 5000 pessoas e tentou conseguir financiadores para o seu projeto.
Caminhos mais incisivos de crítica ao capitalismo foram abertos por Proudhon, para quem a propriedade é um roubo. Ele defendeu a igualdade e a liberdade criticando o individualismo burguês. Foi considerado o pai de todos os socialistas e precursor do anarquismo.
Socialismo Científico. Seus principais representantes foram Karl Marx (imagem ao lado) e Friedrich Engels. Suas ideias foram elaboradas no contexto de exploração do trabalhador, de um lado e, de outro, um maior domínio do ser humano sobre a natureza, o progresso, a produção em massa de mercadorias. Os socialistas científicos explicam a História através do materialismo histórico, teoria que defende que a existência humana é caracterizada pela forma com a qual reproduz suas condições, ou seja, através do trabalho, dos fatos materiais. A base econômica – a infraestrutura – é o primeiro nível de sustentação de uma sociedade, é como o ser humano se relaciona com a natureza, com outros indivíduos, e estes se dividindo entre proprietários e não-proprietários.
A superestrutura – o 2º nível – é constituído pelo Estado, pelo Direito, pela religião, leis, educação, literatura...
No momento em que percebe as contradições da sociedade, o ser humano pode agir sobre aquilo que existe e o influencia e determina, segundo Marx.
Anarquismo. Mais do que uma teoria, alguns entendem o anarquismo como um movimento, uma vez que, no âmbito teórico desconfia das teorias, que podem descambar para o dogmatismo dos partidos políticos, que podem exercer controle político.
Os anarquistas criticavam o Estado por entenderem que este representava os interesses dos proprietários. A pergunta é: como seria, então, a organização social? E a resposta dos anarquistas foi a seguinte: comunidades autogovernadas. Nestas não existiria autoridade, a descentralização política com participação direta de todos na tomada de decisões garantiria o bem estar geral. Seriam formadas federações de ação nacional e internacional, garantindo-se a democracia direta. Delegados teriam mandato temporário, apenas para defender as opiniões de sua comunidade de origem. Os anarquistas mais lembrados foram Bakunin, Kropotkin.
Tais ideias foram formuladas nos idos do século XIX e, com devidas adaptações aos contextos que toda ideia passa, influenciaram os revolucionários que atuaram contra estruturas opressoras. Estruturas agrárias, industrializadas ou em processo de industrialização foram questionadas e ruíram dando lugar a experiências socialistas que inflamaram paixões e mudaram a vida de centenas de pessoas.
Ao pensar sobre as experiências socialistas do século XX devemos considerar o momento de sua organização, os fatores que influenciaram sua formação e, não menos importante, a dimensão humana de seus líderes e apoiadores. Pensar dessa forma contribuirá para uma reflexão mais acurada sobre as desigualdades contemporâneas e evitará idealizações ou satanizações que todas as causas geram.
Pense fora da caixa.
Tenha HISTÓRIA NA CABEÇA.
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