Tem muita gente indo para as ruas. Tem sim, senhor. Todas elas sabem exatamente o que reivindicam? Provavelmente não.
Dúvidas aparecem sobre o futuro do movimento. Dúvidas aparecem sobre o que será feito. Enquanto historiador, professor de História e Sociologia e ativista, ainda sob os efeitos do olho do furacão, enumero algumas considerações:
1. NÃO DÁ PARA EXERCER FUTUROLOGIA.
No que isso vai terminar (se vai), não sabemos. Estamos envolvidos emocionalmente e nossa formação, tanto intelectual quanto social e cultural, influenciarão sobre nossos juízos de valor. A partir do conhecimento proporcionado pela História, o que podemos intentar é expor POSSIBILIDADES, mas definir é uso equivocado do saber histórico;
2. É IMPORTANTE ASSUMIR A PERPLEXIDADE DIANTE DO QUE ESTÁ ACONTECENDO.
Muitxs me perguntam o que penso e devem estar perguntando para outrxs professorxs também. “não sei”, é o que digo, mas sei que é um movimento social deflagrado a partir do aumento de vinte centavos e que, em verdade, é a vazão de opressões seculares e desmandos de classe históricos;
3. QUE BOM QUE ESTÁ ACONTECENDO AGORA.
É comum ouvir nestes dias frases como “por que fazer isso agora?”, “eu apoio, mas essa exploração sempre aconteceu, então, por que agora?”. Sem saber, quem se expressa dessa forma alimenta argumentos solidamente embasados em conformismo com o que não é natural e, sim, social. Já dizia velho deitado: “antes tarde do que nunca”. Se começou agora, é pelo fato das contradições terem atingido níveis insustentáveis, por isso a reação em cadeia;
5. A LUTA É APARTIDÁRIA, MAS ALGUNS PARTIDOS REIVINDICAVAM ASPECTOS QUE ESTÃO NA PAUTA RECENTE HÁ ALGUM TEMPO.
Não defendo partidos e entendo que alguns deles serão e estão sendo oportunistas, mas é preciso considerar que, por exemplo, muitas das legendas políticas que estão sendo rechaçadas foram para a rua reivindicar redução da passagem (para usar a pauta deflagradora dos movimentos) e o fizeram quando maior parte sequer aderiu à movimentação.
Independente dos resultados e do que aconteça, o despertar da população e toda essa quantidade de pessoas já torna o evento histórico e lição para os administradores do país que, parafraseando o clássico renascentista, sabemos que há algo de pobre no Brasil e que ESTAMOS DE OLHO E PASSAMOS A REAGIR. SOMOS MILHÕES, VOCÊS, POUCOS...
REAJA.
Tenha HISTÓRIA NA CABEÇA
É bom q o movimento tenha várias reivindicações.Isso é um sinal que o povo tá indignado com tudo o q está acontecendo e além disso sabe q ñ adianta tirar uma peça se o jogo for o mesmo.
ResponderExcluirA manifestação é necessária para que os governantes saibam q estamos de olhos aberto.
VIVA A REVOLUÇÃO!!!