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ARTIGOS

terça-feira, 7 de julho de 2015

O QUE JOGOS VORAZES PODE NOS DIZER SOBRE A REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL

Em tempos de clamores significativos contra e a favor da redução da maioridade penal, o filme JOGOS VORAZES pode nos dizer algumas coisas, afinal, a produção cultural de uma época é um espelho de suas contradições e afins.

A primeira é que não estamos tratando bem nossas crianças e jovens.  Não há uma política efetiva para a juventude brasileira, principalmente para a que reside nos bairros pobres (de periferia) ou pelas ruas das cidades. Quem é de família mais abastada já tem sua política para seus jovens, que inclui educação de qualidade, saúde, segurança, uma vida, enfim.

No filme esse ponto se vê a partir do futuro que é garantido para as crianças e jovens dos distritos: continuar trabalhando e vivendo do mesmo jeito, produzindo o que é necessário para a vida da Capital ou participar dos Jogos que garantem a morte de vinte três jovens. Apenas um/a vencerá.

 Metáfora interessante que pode ser verificada no Brasil através dos exemplos de pouquíssimos jovens de periferia que conseguem sobreviver em meios às péssimas condições de vida.

No filme, vence quem mata os/as concorrentes. Aqui o Estado mata quando não garante as condições ou mata através dos aparelhos repressivos.

Vence quem consegue sobreviver sem matar e ainda acredita que as outras pessoas também podem conseguir. Coroando a ideologia do liberalismo e a valorização do individualismo não percebem que são exceções que CONFIRMAM a regra: criança e jovem pobre (e negra/o) devem morrer.

Tanto na distopia de Jogos Vorazes quanto no Brasil no qual vivemos, não são as crianças nem os jovens que decidem o próprio futuro, mas são os/as adultos/as.

A reação de Katniss direciona contra ela a fúria da Capital. Aqui muitos/as crianças e jovens reagem buscando sobreviver e sendo violentas contra uma estrutura que as violenta desde que ela nasceu.

Focar apenas nas crianças e jovens que cometem os crimes é incorrer em erro e intensificar a barbárie que nos circunda. Não se trata de proteger quem comete crimes, mas de buscar soluções alternativas, uma vez que o encarceramento sem garantias de condições mínimas de saúde e sanitárias  (que é o padrão das instituições carcerárias brasileiras) já se mostrou ineficaz há tempos.

Se não repensarmos e realizarmos mudanças, a arena dos Jogos Vorazes vai se estender das periferias e favelas e, inevitavelmente, atingirá a Capital, metáfora interessante de cada um de nós no conforto de nossas precárias seguranças.

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sábado, 4 de julho de 2015

A "NÊGA" DO JORNAL, EMICIDA E O EMPODERAMENTO QUE INCOMODA

A "NÊGA" DO JORNAL, EMICIDA E O EMPODERAMENTO QUE INCOMODA

Essa semana as redes sociais foram tomadas (mais uma vez) pela repercussão do racismo do vizinho, que xingou a apresentadora do jornal - o nacional, da globo - a rede.

O caso oferece mais um (de novo) exemplo do racismo que compõe a nossa sociedade, que compõe cada um de nós. Mas o racismo que foi para as redes sociais é só a culminância daquele que está em todas as relações cotidianas, desde as de trabalho, passando pelas televisivas e, principalmente nas amigáveis da mesa de bar, das festas, das rodas de conversa, das piadas contadas e sorridas.

Uma forma de entender os comentários racistas (além do óbvio racismo) diz respeito a um processo maior: o de empoderamento da população negra. Comecemos entendendo o que é empoderamento.

Empoderar pode ser entendido como fortalecer e, se formos estender, assumir o poder. Muitos grupos que historicamente não participavam de maneira tão ativa da vida política e mesmo cotidiana estão cada vez mais nas ruas e também nas instituições da política "oficial".

Mas também estão "aparecendo", indo além. Aqui a referência é para a população negra. Ao usar o termo "aparecendo" faz-se referência visual mesmo: é cada vez maior o número de pessoas que "assumem" o cabelo crespo, que deixam de lado as chapinhas, os alisamentos.

Ao fazerem isso trazem para si os olhares que não estão acostumados, os aperreios (culturalmente adquiridos) de verem, isso mesmo, VEREM negros e negras.

E com o aumento do poder financeiro de parte da população negra, além do acesso aos cursos universitários, temos profissionais muito competentes em cargos que antes era-lhes vedada a participação, "incomodando" quem sempre teve a possibilidade de ter acesso àqueles espaços.

Há uma espécie de "outrofobia" cada vez maior, cada vez mais praticada. Esse temor do/a outro/a é temor de mudança e nesse caso da Maria Julia Coutinho é o que se pode identificar.

Se formos pensar em um quadro mais apocalíptico ainda (para esses seres outrofóbicos, racistas) teríamos um temor de uma reação efetiva da população que está nas periferias, favelas, amargando as mazelas da humanidade turbinadas pelo sistema econômico.

"Nóiz quer ser dono do circo
Cansamos da vida de palhaço"

Trecho do recente clipe de Emicida nos dá um exemplo dessa possibilidade. Possibilidade temerosamente real - para os/as odiadores/as.

Boa Esperança
Emicida
 
Por mais que você corra, irmão
Pra sua guerra vão nem se lixar
Esse é o xis da questão
Já viu eles chorar pela cor do orixá?
E os camburão o que são?
Negreiros a retraficar
Favela ainda é senzala, Jão!
Bomba relógio prestes a estourar

O tempero do mar foi lágrima de preto
Papo reto como esqueletos de outro dialeto
Só desafeto, vida de inseto, imundo
Indenização? Fama de vagabundo
Nação sem teto, Angola, Keto, Congo, Soweto
A cor de Eto'o, maioria nos gueto
Monstro sequestro, capta-tês, rapta
Violência se adapta, um dia ela volta pu cêis
Tipo campos de concentração, prantos em vão
Quis vida digna, estigma, indignação
O trabalho liberta (ou não)
Com essa frase quase que os nazi, varre os judeu – extinção

Depressão no convés
Há quanto tempo nóiz se fode e tem que rir depois
Pique Jack-ass, mistério tipo lago Ness
Sério és, tema da faculdade em que não pode por os pés
Vocês sabem, eu sei
Que até Bin Laden é made in USA
Tempo doido onde a KKK, veste Obey (é quente memo)
Pode olhar num falei?

Aê, nessa equação, chata, polícia mata – Plow!
Médico salva? Não!
Por quê? Cor de ladrão
Desacato, invenção, maldosa intenção
Cabulosa inversão, jornal distorção
Meu sangue na mão dos radical cristão
Transcendental questão, não choca opinião
Silêncio e cara no chão, conhece?
Perseguição se esquece? Tanta agressão enlouquece
Vence o Datena com luto e audiência
Cura, baixa escolaridade com auto de resistência
Pois na era Cyber, cêis vai ler
Os livro que roubou nosso passado igual alzheimer, e vai ver
Que eu faço igual burkina faso
Nóiz quer ser dono do circo
Cansamos da vida de palhaço
É tipo Moisés e os Hebreus, pés no breu
Onde o inimigo é quem decide quando ofendeu
(Cê é loco meu!)
No veneno igual água e sódio (vai, vai, vai)
Vai vendo sem custódio
Aguarde cenas no próximo episódio
Cês diz que nosso pau é grande
Espera até ver nosso ódio

Por mais que você corra, irmão
Pra sua guerra vão nem se lixar
Esse é o xis da questão
Já viu eles chorar pela cor do orixá?
E os camburão o que são?
Negreiros a retraficar
Favela ainda é senzala, Jão
Bomba relógio prestes a estourar

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O HOMEM DA CABEÇA DE PAPELÃO E O CONCEITO DE FATO SOCIAL DE ÉMILE DURKHEIM

A literatura pode nos ajudar muito a compreender nossa própria existência e mesmo alguns conceitos sociológicos.
Émile Durkheim é um dos quatro cavaleiros da Sociologia clássica e elaborou o conceito de FATO SOCIAL. As formas coletivas de sentir, de pensar e agir são FATOS SOCIAIS.
Entre eles podemos identificar desde o uso de determinadas roupas, passando pelas formas de acreditar na existência de forças sobrenaturais que regeriam nossas vidas até o idioma que falamos e através dele nos expressamos.
O conto O HOMEM DA CABEÇA DE PAPELÃO, de João do Rio, pode ser lido como uma magistral demonstração das formas coletivas que regem nossa vida e nos impelem a agir mesmo quando não estamos interessados ou querendo.
Podemos ampliar a reflexão para libertação do controle das formas de pensar. Pensar deve ser angustiante, mobilizador, deve criar o estranhamento que possibilita o PENSAR FORA DA CAIXA e, a partir daí, agir e sentir também.

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quarta-feira, 1 de julho de 2015

BRAGA BOYS, EDUCAÇÃO CORPORAL E PRISÃO DOS CORPOS PARA EDUCAÇÃO DAS MENTES

Quando se fala em educação a imagem que se forma quase imediatamente é a de uma sala de aula com alguém falando e muita gente escutando (aparentemente). Ou de alguém lendo, escrevendo. Sempre sem movimento ou com movimentos reduzidíssimos.

Não se fala em educação corporal ou em educação que inclua o corpo como fonte de conhecimento, aprendizado, saberes. Nas instituições oficiais do suposto ensino, as aulas de educação física, afirma-se, cuidam dessa parte. Cabe uma possibilidade de reflexão aqui.

Há uma herança iluminista que tem em Descartes a separação entre o que se sente e o que se pensa. O corpo, a partir daquele momento histórico (e mais forte também), será colocado fora de cogitação como fonte de compreensão, de obtenção de algum conhecimento sobre o mundo e sobre si.

Resultados: percepção deficiente do mundo, da existência. Não é  sem razão pois quanto mais o corpo é reduzido em suas possibilidades, mais as mentes podem ser direcionadas.

Nessa conjuntura, especificamente no Brasil, onde a dança, os movimentos sensualizados e sensualizadores (no sentido de sentir que não é, obrigatoriamente, atrelado à prática de sexo) são parte da chamada cultura brasileira e, contraditoriamente são exaltados para festividades e diversão desconsiderados como caminho para conhecer.

Não se trata aqui da exaltação de danças que tornem mulheres objeto de consumo coisificado (sei que alguém pensou nisso quando leu ;) ) mas problematização do papel da dança na vida e na educação das pessoas.

Elvis Presley causou furor com seu movimento pélvico quando se apresentou nos anos 1950-60, despertando furor e fúria de quem se sentiu ultrajado por aqueles movimentos.

Pense: crianças movem-se e movem o mundo aprendendo como estar e ser nele. Mitos são encenados nas culturas afro e ameríndias com muita dança.

Quem que nunca foi tomado pela sensação de liberdade ao dançar tresloucadamente numa festa?

Fiquemos com os Braga Boys e seu hit e te desafio a conseguir não ter nenhuma vontade de sair da frente desta tela e se mexer.

Mexa-se FORA DA CAIXA || pense FORA DA CAIXA