Em tempos de clamores significativos contra e a favor da redução da maioridade penal, o filme JOGOS VORAZES pode nos dizer algumas coisas, afinal, a produção cultural de uma época é um espelho de suas contradições e afins.
A primeira é que não estamos tratando bem nossas crianças e jovens. Não há uma política efetiva para a juventude brasileira, principalmente para a que reside nos bairros pobres (de periferia) ou pelas ruas das cidades. Quem é de família mais abastada já tem sua política para seus jovens, que inclui educação de qualidade, saúde, segurança, uma vida, enfim.
No filme esse ponto se vê a partir do futuro que é garantido para as crianças e jovens dos distritos: continuar trabalhando e vivendo do mesmo jeito, produzindo o que é necessário para a vida da Capital ou participar dos Jogos que garantem a morte de vinte três jovens. Apenas um/a vencerá.
Metáfora interessante que pode ser verificada no Brasil através dos exemplos de pouquíssimos jovens de periferia que conseguem sobreviver em meios às péssimas condições de vida.
No filme, vence quem mata os/as concorrentes. Aqui o Estado mata quando não garante as condições ou mata através dos aparelhos repressivos.
Vence quem consegue sobreviver sem matar e ainda acredita que as outras pessoas também podem conseguir. Coroando a ideologia do liberalismo e a valorização do individualismo não percebem que são exceções que CONFIRMAM a regra: criança e jovem pobre (e negra/o) devem morrer.
Tanto na distopia de Jogos Vorazes quanto no Brasil no qual vivemos, não são as crianças nem os jovens que decidem o próprio futuro, mas são os/as adultos/as.
A reação de Katniss direciona contra ela a fúria da Capital. Aqui muitos/as crianças e jovens reagem buscando sobreviver e sendo violentas contra uma estrutura que as violenta desde que ela nasceu.
Focar apenas nas crianças e jovens que cometem os crimes é incorrer em erro e intensificar a barbárie que nos circunda. Não se trata de proteger quem comete crimes, mas de buscar soluções alternativas, uma vez que o encarceramento sem garantias de condições mínimas de saúde e sanitárias (que é o padrão das instituições carcerárias brasileiras) já se mostrou ineficaz há tempos.
Se não repensarmos e realizarmos mudanças, a arena dos Jogos Vorazes vai se estender das periferias e favelas e, inevitavelmente, atingirá a Capital, metáfora interessante de cada um de nós no conforto de nossas precárias seguranças.
pense FORA DA CAIXA || Super Sociologia
A primeira é que não estamos tratando bem nossas crianças e jovens. Não há uma política efetiva para a juventude brasileira, principalmente para a que reside nos bairros pobres (de periferia) ou pelas ruas das cidades. Quem é de família mais abastada já tem sua política para seus jovens, que inclui educação de qualidade, saúde, segurança, uma vida, enfim.
No filme esse ponto se vê a partir do futuro que é garantido para as crianças e jovens dos distritos: continuar trabalhando e vivendo do mesmo jeito, produzindo o que é necessário para a vida da Capital ou participar dos Jogos que garantem a morte de vinte três jovens. Apenas um/a vencerá.
Metáfora interessante que pode ser verificada no Brasil através dos exemplos de pouquíssimos jovens de periferia que conseguem sobreviver em meios às péssimas condições de vida.
No filme, vence quem mata os/as concorrentes. Aqui o Estado mata quando não garante as condições ou mata através dos aparelhos repressivos.
Vence quem consegue sobreviver sem matar e ainda acredita que as outras pessoas também podem conseguir. Coroando a ideologia do liberalismo e a valorização do individualismo não percebem que são exceções que CONFIRMAM a regra: criança e jovem pobre (e negra/o) devem morrer.
Tanto na distopia de Jogos Vorazes quanto no Brasil no qual vivemos, não são as crianças nem os jovens que decidem o próprio futuro, mas são os/as adultos/as.
A reação de Katniss direciona contra ela a fúria da Capital. Aqui muitos/as crianças e jovens reagem buscando sobreviver e sendo violentas contra uma estrutura que as violenta desde que ela nasceu.
Focar apenas nas crianças e jovens que cometem os crimes é incorrer em erro e intensificar a barbárie que nos circunda. Não se trata de proteger quem comete crimes, mas de buscar soluções alternativas, uma vez que o encarceramento sem garantias de condições mínimas de saúde e sanitárias (que é o padrão das instituições carcerárias brasileiras) já se mostrou ineficaz há tempos.
Se não repensarmos e realizarmos mudanças, a arena dos Jogos Vorazes vai se estender das periferias e favelas e, inevitavelmente, atingirá a Capital, metáfora interessante de cada um de nós no conforto de nossas precárias seguranças.
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