Quando se fala em educação a imagem que se forma quase imediatamente é a de uma sala de aula com alguém falando e muita gente escutando (aparentemente). Ou de alguém lendo, escrevendo. Sempre sem movimento ou com movimentos reduzidíssimos.
Não se fala em educação corporal ou em educação que inclua o corpo como fonte de conhecimento, aprendizado, saberes. Nas instituições oficiais do suposto ensino, as aulas de educação física, afirma-se, cuidam dessa parte. Cabe uma possibilidade de reflexão aqui.
Há uma herança iluminista que tem em Descartes a separação entre o que se sente e o que se pensa. O corpo, a partir daquele momento histórico (e mais forte também), será colocado fora de cogitação como fonte de compreensão, de obtenção de algum conhecimento sobre o mundo e sobre si.
Resultados: percepção deficiente do mundo, da existência. Não é sem razão pois quanto mais o corpo é reduzido em suas possibilidades, mais as mentes podem ser direcionadas.
Nessa conjuntura, especificamente no Brasil, onde a dança, os movimentos sensualizados e sensualizadores (no sentido de sentir que não é, obrigatoriamente, atrelado à prática de sexo) são parte da chamada cultura brasileira e, contraditoriamente são exaltados para festividades e diversão desconsiderados como caminho para conhecer.
Não se trata aqui da exaltação de danças que tornem mulheres objeto de consumo coisificado (sei que alguém pensou nisso quando leu ;) ) mas problematização do papel da dança na vida e na educação das pessoas.
Elvis Presley causou furor com seu movimento pélvico quando se apresentou nos anos 1950-60, despertando furor e fúria de quem se sentiu ultrajado por aqueles movimentos.
Pense: crianças movem-se e movem o mundo aprendendo como estar e ser nele. Mitos são encenados nas culturas afro e ameríndias com muita dança.
Quem que nunca foi tomado pela sensação de liberdade ao dançar tresloucadamente numa festa?
Fiquemos com os Braga Boys e seu hit e te desafio a conseguir não ter nenhuma vontade de sair da frente desta tela e se mexer.
Mexa-se FORA DA CAIXA || pense FORA DA CAIXA
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