O ser humano é um animal que trabalha, que altera o ambiente ao seu redor construindo sentidos e significados ao que pensa e faz. Pensadores como Karl Marx afirmaram que a história da humanidade é a história da luta de classes. Desta afirmação se vai para o entendimento de que a mudança da sociedade está relacionada com a mudança na forma de produzir bens (e prestar serviços).
O modo de produção é a forma com a qual uma sociedade produz o que precisa para sobreviver. Essa produção tem relação direta com as necessidades do tempo em que se vive, do contexto histórico. Em resumo, cada época tem suas formas de trabalhar, de explorar o trabalho como meio de sobrevivência.
O modo de produção capitalista alterou radicalmente o regime de trabalho da humanidade, criando condições de produzir bens em quantidades impensadas em outros tempos históricos. Essa mudança, por extensão, atingiu quem trabalha, o proletariado, composto por todas e todos que vendem sua força de trabalho.
A produção passou a ser diretamente vinculada ao mercado e quanto mais se produzisse ao menor custo de produção, maior seria a arrecadação financeira para quem é dono dos meios de produção (burguês/patrão). Ao proletário se pagava (e paga) um valor pelo trabalho realizado (o salário). As condições de trabalho também mudaram radicalmente e a alienação foi ampliada, criando uma massa de trabalhadores/as insatisfeitos/as com as atividades que realizam.
A canção O MÉRITO E O MONSTRO, do grupo O Teatro Mágico, expõe essa condição que atinge milhares de pessoas no mundo. Transportes inadequados, custo alto para ter onde morar, adoecer é um dos medos da força de trabalho acompanhado daquela que já é considerada a doença do século XXI: a depressão.
O metrô parou
O metro aumentou
Tenho medo de termômetro
Tenho medo de altura
Tenho altura de um metro e tanto
Me mato pra não morrer
Minha condição, minha condução
Meu minuto de silêncio
Os meus minutos mal somados
Sadomasoquismo são
Meu trabalho mais que forçado
Morrendo comigo na mão
A maioria das pessoas passa de oito a doze horas por dia
fazendo coisas que não fazem sentido na vida delas
PERMITA-SE! PERMITA-SE!
Pra dilatarmos a alma
Temos que nos desfazer
Pra nos tornarmos imortais
A gente tem que aprender a morrer
Com tudo aquilo que fomos
E tudo aquilo que somos nós
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