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ARTIGOS

sábado, 23 de novembro de 2013

RESUMO I GUERRA MUNDIAL 1914-1918




O primeiro conflito mundial aconteceu em uma conjuntura de intensas transformações: as nações européias experimentavam um otimismo sem comparações, a Belle Époque, marcada por desenvolvimento tecnológico que exacerbava a crença no progresso, a ascensão de nações na disputa por mercados consumidores/produtores de matérias primas, crescimento de ideias socialistas etc.
            E é essa conjuntura que vai contribuir para a eclosão do conflito. As nações europeias buscavam expandir seu capital para outros locais – entenda os continentes africano e asiático. E nessa expansão o conflito diplomático e armado acontecia. Vejamos a situação das principais nações europeias inseridas naquele contexto:

- a Inglaterra foi a primeira a se industrializar (revolução industrial, lembra?) mas não conseguia modernizar seu parque industrial e passou a sofrer concorrência direta de outras nações que também se industrializavam;

- a França não conseguia acompanhar o ritmo de industrialização das outras nações e amargava a derrota sofrida contra a Alemanha em 1870 – a guerra Franco-prussiana;

- a Alemanha era a nação que mais assustava pelo seu desenvolvimento industrial acelerado. Sob o comando do mal. Otto Von Bismarck consolidou seu Estado nacional e avançou em direção a um ensino técnico eficiente;

- o Império Russo não contava com a industrialização das outras nações e ainda com o controle de grupos financeiros internacionais;

- o Império Austro-Húngaro era formado por vários grupos étnicos que não aceitavam a autoridade da casa dos Habsburgos e vários movimentos nacionalistas ameaçavam a unidade  daquele império;

- o Império Turco Otomano, pode-se afirmar, era o velho doente da Europa e tinha várias pessoas interessadas em sua morte para ficar com a herança: ricas regiões petrolíferas;

- a Itália, por sua vez, inicialmente estava apoiando a Alemanha mas mudou de lado a partir de promessas britânicas de retomar antigas possessões e isso em 1915, quando a guerra já havia sido iniciada.

A GUERRA
As rivalidades entre as nações potencializaram-se a ponto de alianças serem formadas e a partir Dalí, para nós que já sabemos o que aconteceu, uma situação foi levando a outra até a eclosão do conflito.
            Entretanto, podemos enumerar algumas causas imediatas para a guerra:
a. competição entre Alemanha e Inglaterra;
b. fim da política diplomática estabelecida por Bismarck e posterior formação de alianças de cunho militar;
c. crescimento de movimentos nacionalistas contra o poder arbitrário dos antigos impérios europeus;
d. projeto expansionista russo – pan-eslavismo em direção aos Balcãs e os estreitos de Bósforo e Dardanelos;
e. projeto expansionista sérvio – a Grande Sérvia;
f. revanchismo francês contra os alemães;
g. projeto expansionista austro-húngaro;
h. ascensão dos Estados Unidos da América do Norte e do Japão, ameaçando os tradicionais centros de poder europeus;
i. a cobiça das potências europeias sobre o Império Turco-Otomano.

Entenda, também, que esta enumeração é de cunho didático e tem o objetivo de facilitar seus estudos. Lembre que todos esses motivos se complementaram para a eclosão do conflito.
O acontecimento que é considerado o estopim da primeira guerra é o assassinato do arquiduque austríaco Francisco Ferdinando em 1914. Após o assassinato, uma série de situações levou ao inicio do conflito: os militares húngaros procuraram tirar proveito do acontecido. As autoridades da casa dos Habsburgos exigiram que o governo sérvio liberasse as investigações sobre o atentado com a entrada no país de investigadores austríacos. Aceitar essa exigência seria deixar de lado a soberania nacional sérvia. Ao recusar o exigido, os sérvios contribuíram para a movimentação armada contra eles. Os russos anunciaram apoio aos sérvios e os alemães declararam guerra contra a Rússia. Declararam guerra contra os franceses também, objetivando derrotá-los antes dos exércitos do tzar. A Inglaterra declarou guerra aos alemães após a invasão sofrida pela Bélgica por parte dos alemães. O conflito foi propagado quando o Império Turco-Otomano declarou guerra contra a Rússia, apoiando  austríacos e germânicos. ERA A GRANDE GUERRA QUE SE INICIAVA.

AS FASES DA GUERRA
Para efeitos didáticos, costuma-se dividir a guerra nas seguintes fases:
a. fase de movimentação – agosto-novembro de 1914.


b. fase de trincheiras – novembro de 1914 a março de 1918.


c. 2ª fase de movimentação – março de 1918 a novembro de 1918.


O acordo de paz foi assinado em 11 de novembro de 1918. Mais de 8 milhões de mortos e 20 milhões de mutilados fazem parte do saldo final da guerra. O Velho Mundo ficou desolado. Questionamentos sobre a grandeza européia, a suposta civilização gerou uma barbárie sem precedentes na história do planeta aconteceram em larga medida.
            Uma série de tratados foram assinados, sendo o mais lembrado o de Versalhes, que teve entre seus principais pontos os seguintes:
                        a. cláusulas militares: exército de apenas cem mil homens para a Alemanha e com armas leves; os alemães não poderiam ter força aérea, submarinos ou armas pesadas; os vencedores deveriam receber da Alemanha a frota de embarcações pesadas;
                        b. cláusulas territoriais: a Alemanha devolveria Alsácia-Lorena aos franceses, Eupen e Malmedy aos belgas e partes Prússia Ocidental e Posnânia aos poloneses; deveria a Alemanha entregar seus domínios coloniais aos vencedores, que administrariam a partir de mandatos;
                        c. cláusulas moral e financeira: aos alemães foi imposto o pagamento de uma indenização altíssima: 33 bilhões de dólares; teve, também, que assumir a responsabilidade pela eclosão da guerra.
            Esse tratado contribuiu sobremaneira para que os alemães nutrissem um ódio revanchista contra os vencedores. Vale salientar que, naquela conjuntura, a imposição daquelas condições em um território legitimado pelos que venceram, muito ajudou no próprio sentimento de vingança: o governo alemão era reconhecido, podia ou não pagar as indenizações, bastando querer ou não (através de sabotagem). O que os vencedores não perceberam é que contribuíam para o reerguimento dos germânicos.
            O tratado de Saint-Germain-en-Laye desestruturou o Império Áustro-Húngaro. Foram criadas a Hungria, a Iugoslávia, a Polônia e a Tchecoslováquia. A Áustria só poderia ter um exército de 30 mil homens e não poderia se unir com a Alemanha para nenhuma finalidade.
            O tratado de Trianon transformou a Hungria em uma república e a fez perder os territórios da Transilvânia, da Eslováquia e da Croácia para a Romênia, a Tchecoslováquia e Iugoslávia, respectivamente. Deveria ter um exército de apenas 35 mil homens.
            O tratado de Neuilly estabeleceu que a Bulgária deveria ceder a Trácia para a Grécia, a Macedônia Ocidental para a Iugoslávia e Dobrudja para Bucareste.
            O tratado de Sèvres dividiu o Império Turco e a Grécia ficou com a Trácia, a Armênia foi tornada uma república cristã, o Kurdistão se tornou independente e as províncias árabes seriam mandatos dos franceses e ingleses.
            O tratado de Lausanne, entretanto, anulou o de Sèvres a partir de uma rebelião iniciada por Mustafá Kemal. Esta rebelião garantiu que a Turquia recebesse de volta a Ásia Menor, a Trácia oriental, Andrinopla e ainda trocou um milhão de gregos por 400 mil turcos.
           
 A primeira guerra mundial teve as seguintes repercussões:
                        a. mudanças no mapa europeu
                        b. crise econômica na Europa
                        c. crise das ideias liberais-democratas
                        d. fortalecimento do nacionalismo
                        e. ascensão das ideias socialistas
                        f. ascensão dos EUA

Pense FORA DA CAIXA.
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