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ARTIGOS

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

SOBRE AS RECENTES REBELIÕES EM PENITENCIÁRIAS DE PERNAMBUCO

As recentes rebeliões de detentos no Complexo do Curado e na penitenciária Barreto Campelo, em Pernambuco, reacenderam discursos de vingança contra encarcerados.

Não se para, entretanto, para pensar nas condições em que são lançadas as pessoas que cometem crimes e que, se o objetivo da prisão era gerar reflexão acerca do que foi feito e assim "se ressocializar", nada disso é conseguido.

Parece, na cabeça e na fala de quem invoca a violência contra as/os encarceradas/os, que estas/es são naturalmente ruins, perversos e nada mudará a "natureza" dessas pessoas.

Amplie seu pensar: NINGUÉM NASCE CRIMINOSA/O! O que se afirma crime em uma sociedade é parte do complexo moral historicamente criado para dar coesão ao convívio social - ou seja: é o que foi estabelecido para garantir que a vida em sociedade seja segura para todas/os. (Há muito para se pensar aqui, assunto para próximas postagens)

Para entender ainda mais: afirmar que aquelas pessoas são "naturalmente" criminosas é afirmar algo do tipo: um criminoso macho copulou com uma criminosa fêmea e desse ato nasceu um filhote criminoso que desde a mais tenra idade vai cometer crimes pois está na sua "natureza", assim como um gato mia e um cachorro late.

Sociologicamente equivocado esse tipo de pensamento.

Convido você a assistir esse trecho de um documentário sobre o caso do ônibus 174 em que são mostradas as condições nas quais se "vive" nas cadeias e penitenciárias da maior parte do Brasil.

Nessas condições, fica a pergunta: por que não se revoltar?

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terça-feira, 20 de janeiro de 2015

PENA DE MORTE - A CULPA É DE QUEM?

Nos últimos dias, o anúncio da pena capital contra um brasileiro no, aparentemente distante, país da Indonésia tomou conta tanto dos noticiários quanto de muitas conversas pelas filas das casas lotéricas, mercados e, claro, mesas de bar.

O código de Hamurabi - considerado uma das mais antigas compilações de leis da história da humanidade -  é bem lembrado nessas horas pois a frase "olho por olho, dente por dente", invocada para tratar de punições "rigorosas" contra crimes que chamam atenção, seja pela crueldade, seja pelo alarde da mídia, vez ou outra é escutada.

O que se deve considerar é que a lei de talião, como é mais conhecida, não é bem uma lei, mas um princípio, o da equivalência da pena em relação ao crime cometido, ou seja, a punição tem que fazer jus (justiça) ao que desestabilizou a "harmonia" social.

A equivalência da pena com o crime cometido é uma das mais antigas questões do Direito.

Pois bem, entendido isso é importante considerar que qualquer punição trará sempre o seguinte problema: "quem garante que dois anos de reclusão fazem justiça ao fato de ter sido roubado um carro? E, por que não, uma semana?" É que não há como saber sem dúvidas ou questionamentos.

Aí acrescentamos: "quem matou tem que ser morta/o pra que se faça justiça!"  E podemos perguntar: "E quem tirou mais de uma vida? É possível ser morta/o mais de uma vez?"

Não se apresse a dizer que se está defendendo criminosas/os. Não é isso! O que se busca chamar atenção aqui é para o fato de que se está, mais uma vez, atacando a "doença" e não evitando que "se adoeça".

Defende-se que se mate o traficante pois as drogas "mataram muitas famílias". Aqui se pode chamar atenção para o fato de que se "luta" dessa forma há mais de uma década e, parece, que o mercado das drogas ilícitas não cessou de crescer. Será que não passou da hora de repensar essa tática?

Enquanto as ações contra crimes cometidos não levarem em conta as causas dos crimes e debates necessários sobre a natureza do que se chama ato criminoso, estaremos nos vingando e não fazendo justiça.

A canção traz uma pergunta que, se for pensada em profundidade, pode ampliar o debate.

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sábado, 17 de janeiro de 2015

NÃO MATE O MENSAGEIRO - SOBRE AS NOTAS ZERO NA REDAÇÃO DO ENEM 2014



Com publicação do resultado do exame nacional do ensino médio - 2014 um burburinho tomou conta das redes sociais e do cotidiano da comunidade escolar: mais de meio milhão de redações receberam nota zero.

É importante considerar que esse número deve ser lido em "condições ideais de temperatura e pressão", ou seja, sem erros no processo correcional. Sendo assim, podemos seguir adiante.

Segundo o ministro da educação "O tema agora, publicidade infantil, não é um tema que teve um grande processo de discussão como teve o de 2013" (lei seca).

A partir dessa fala, podemos identificar um problema: a colocação da “grande mídia” como responsável pela formação de estudantes do país (altamente questionável, mas existente).

Pensemos: o que mais esse número pode nos dizer sobre a educação brasileira?

Que talvez já tenha passado da hora de realizar uma mudança no paradigma educacional do Brasil.

Há tempos há uma valorização das disciplinas de língua portuguesa e das ciências numéricas (física, química etc.) com destaque para a matemática.

Não se defende aqui a exclusão de nenhuma dessas, mas sim uma problematização: com tanto resultado abaixo do que se espera, não está na hora de fazer as coisas diferente?

Não há culpad@s por tantas notas zero no país. Deve-se buscar ver em perspectiva a questão e essa visão vai identificar uma série de fatores sobre esse resultado.

Fatores que vão desde o valor do salário que se paga para professor@s no país, passando pela própria formação destas/es, além da própria vida pessoal de centenas de estudantes - e de professor@s também.

Repete-se: não devemos matar o mensageiro e sim escutar o que ele tem a dizer.

A canção abaixo pode ser um ponto de partida acerca dos desafios da educação brasileira.

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segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

REGULAÇÃO DA MÍDIA - PARTE 3 de 3 - COMO SE CONSEGUE UMA REDE DE TV


Nenhuma das redes de televisão é dona das ondas que garantem seu funcionamento. Todas elas recebem concessão por parte do Estado para poderem operar, sendo que essa concessão não é eterna, tem prazo de validade.

Isso acontece pois o setor telecomunicações é ESTRATÉGICO, isso quer dizer que é fundamental para garantir a soberania de qualquer nação, logo, o Estado deve fazer os investimentos necessários para desenvolver o setor.

A questão é que, muitas vezes, o Estado não tem condições de investir ou falta vontade política de quem compõe o congresso ou uma série de outras justificativas. Assim, o Estado disponibiliza, para quem queira, concessões para operar uma rede de TV.

Vale salientar que não é apenas a vontade de ter uma rede de TV que garante que se consiga a liberação para operar. Ocorre um processo avaliativo e entre os pontos que garantem a liberação da concessão é o valor de 70% do capital que será investido ter que estar sob as mãos de acionistas brasileiros.

Uma vez cumprindo os pré-requisitos, é liberada a concessão que PODERÁ SER RENOVADA OU NÃO APÓS CERTO PERÍODO DE TEMPO.

A retirada de concessões de TV pode ter vários motivos. Entre eles o fato de que a rede não esteja cumprido sua função social, caso parecido com o que aconteceu na Venezuela, quando o governo venezuelano retirou a concessão da RCTV afirmando que ela "não servia ao povo".

A regulação da mídia ocorre também com o objetivo de garantir o direito à informação, mas esse é o assunto da próxima postagem.

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sábado, 10 de janeiro de 2015

REGULAÇÃO DA MÍDIA - PARTE 2 de 3 - O CASO CHARLIE HEBDO

Tratar de censura é tratar de um dos pontos de apoio do regime democrático: a LIBERDADE DE EXPRESSÃO.

A liberdade de expressão se concretiza a partir da liberdade que, em sociedade, se deve ter de pensar o que quiser, acreditar no que bem entender (e que faz bem a quem acredita) inclusive religiosamente.

Simplificando: quanto maior a possibilidade de alguém se expressar, mais democrática é uma sociedade. Há, porém, um elemento gerador de conflito: a responsabilização sobre o que se expressa.

É assim: a vida em sociedade é marcada pelo conflito de interesses e necessidades e o Estado deve (ou deveria) administrar esses conflitos. No caso do jornal Charlie Hebdo, há a liberdade de expressar o que se deseja, o que se acredita ser correto (para quem expressou) entrando em colisão com a liberdade de pensamento.

A liberdade de pensamento está sustentada no tripé: liberdade de consciência, liberdade de crença e liberdade de convicção religiosa (por mais que haja discordância na forma com que se crê ou em que parte se está crendo).

As charges publicadas pelo jornal (representando a liberdade de expressão) colidiram com uma parte do Islamismo e veio a reação defendendo a crença dessa parte que, de maneira alguma, representa todas as pessoas que são adeptas da religião muçulmana. Nesse âmbito está o conflito de dois direitos fundamentais.

Entrando no mundo do "E SE...?" talvez se o Estado francês tivesse intervido quando foram publicados os primeiros cartuns, a situação não teria chegado ao que chegou (mas disso também não sabemos pois é o mundo do "E SE...?")

Regular a mídia não é censurá-la mas ter formas de garantir que ela cumpra uma de suas funções sociais e monopolizar a veiculação de informações, disseminar ou contribuir para a propagação de violências, com certeza, não é uma delas.


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sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

SOBRE O ATENTADO CONTRA O JORNAL E CARTUNISTAS MORTOS

Com o atentado contra o jornal Charlie Hebdo, voltou para as redes sociais o uso de palavras-chave como liberdade de expressão, censura, ditadura e afins. Como estamos no calor dos acontecimentos, fica difícil ver em perspectiva tanto as reações em favor de quem assassinou quanto dos que sofreram os ataques.

Um ponto que se deve considerar é que não há assassinato justificável ou sequer passível de justificativa, mesmo parcial. Fossem as vítimas de qualquer grupo, instituição, classe social, vinculação religiosa, assassinato sempre será condenável.

Chama atenção o fato de que não se está considerando as atividades anteriores do jornal, que foram marcadas por muita polêmica. O jornal foi fundado nos anos 1970 e articulou-se tecendo críticas pautadas no esquerdismo pós maio de 1968.

O Charlie Hebdo ganhou mais projeção publicando charges ofensivas contra muçulmanas/os a partir do século XXI. Os atentados deste início de 2015 podem ser vistos como uma "resposta" contra as várias charges ofensivas ao Islamismo.

Abra o seu coração: imagine você, religiosa/o ter a divindade em que você crê sendo retratada de maneira depreciativa? Como você se sentiria? Com raiva? Chateada/o?

MAIS UMA VEZ: Não se está fazendo apologia aos assassinatos acontecidos na França, mas chamando atenção para um discurso que quer legitimar um tipo de liberdade de expressão que está assentado no desrespeito ao que não é parte do hegemônico (judaico-cristão, branco, heteronormativo).

O que se busca aqui é a inserção de elementos para auxiliar no debate fora do que se vê de imediato.

A imagem ao lado pode ajudar a repensar o discurso geral. Se coloque no lugar de muçulmanos/as e tente compreender como há uma conjuntura que não favorece nenhum dos lados, mas amplia a mortandade e o desrespeito.

(em tempo: já há discursos usando o atentado como exemplo do que acontecerá se ocorrer a regulação da mídia (!!!) )

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REGULAÇÃO DA MÍDIA - PARTE 1 de 3 - O QUE É E POR QUE É IMPORTANTE QUE ACONTEÇA

Tratar de regulação da mídia no Brasil é tratar de duas coisas: medo de perder domínio (por parte de grupos que historicamente "recebem" as concessões) e emprenhamento pelo ouvido.

Dessas duas, a segunda é mais tensa exatamente porque muitas pessoas não compreendem a diferença entre CENSURA e REGULAÇÃO e se colocam contra a segunda crendo que se está sendo contra a primeira.

1. REGULAÇÃO

É quando são estabelecidas regras para o funcionamento de setores estratégicos para o Estado e para a população. A regulação vai gerar deveres que a mídia deve cumprir.

2. O QUE SE REGULA

É importante saber que a regulação não é algo que exista apenas direcionada para a mídia.

Outros setores também são regulados e tal regulação acontece sob a organização do Estado que é (ou deveria ser) agente da sociedade que, por sua vez, deve ser soberana.

Monopólios naturais, concessões estatais são exemplos do que deve ser regulado. No caso específico da mídia, a regulação se insere no contexto do setor da vida social que, não sendo regulado, apresenta (ou pode apresentar) problemas.

Qualquer setor que tenha elevado poder de influência sobre a vida social deve ser regulado sob pena de manipular o que a população deve pensar ou ainda de atender interesses de grupos específicos, tanto sociais quanto econômicos.

A regulação da mídia, ao ser implementada, possibilitará a consolidação do direito à informação e, talvez o ponto mais importante, a RESPONSABILIZAÇÃO DOS VEÍCULOS DE INFORMAÇÃO POR AQUILO QUE PUBLICAM.

ATENÇÃO: responsabilizar não é censurar, mas garantir que se os veículos de comunicação publicam algo que gera ou pode gerar repercussões nocivas para grupos, indivíduos, instituições, eles (os veículos) deverão prestar esclarecimentos e arcar com os resultados de suas publicações, filmagens, reportagens, comentários etc.

Um exemplo da necessidade de regulação da mídia é o caso da Escola Base, acontecido no Brasil nos anos 1990. Assista o vídeo que pode ser um importante início para pensar fora da caixa sobre o tema.

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quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

"É A DEMO, DEMO A DEMO, É A DEMOCRACIA" - contra o "mimimi" pós eleição

Desde o final das eleições o suposto engajamento político virtual feicebuquiano foi amansado. Algumas amizades foram refeitas e outras continuam afastadas devido ao processo eleitoral que quase destruiu famílias inteiras.

Mas esse amansamento não quer dizer que a "política" saiu das redes, mas que reduziu sua presença ou sua gana. Agora o que mais se vê é uma espécie de indireta (semi direta) temperada com sarcasmo. Algo do tipo: "cadê o pessoal que votou na Dilma?" "Ué, não é essa a esquerda do voto crítico? Quero ver agora que ela tá nomeando fulano, ciclano , beltrano, deuterano etc."

Essas afirmações em nada contribuem para a vida política e, por extensão, democrática. A prática política é marcada por contradições que são parte da própria existência humana. O princípio da cidadania ativa é a continuidade, é a renitência na busca pela ampliação de direitos, cumprimento de deveres e uma espécie de combate tanto para evitar supostos avanços e retrocessos (dependendo de quem reivindica pode ser um ou outro).

Esse "mimimi" ferino em nada contribui para a melhoria das condições de vida da maior parte da população. É como se fosse a indignação de quem não sabe lidar com a frustração por não conseguir o que queria ou mesmo por não conseguir lidar com o que diverge de sua visão de mundo, sua cosmovisão.

O fundamento da vida democrática é o conflito - de interesses e necessidades. A negociação e o conflito são parte de legítima democracia. Isso não quer dizer que devemos aceitar o que para nós é colocado por quem elegemos. É exatamente o oposto disso inclusive para quem não escolhemos para nos representar.

Logo, escutemos Tom Zé e sua canção DEMOCRACIA, que aborda em termos bem interessantes esse regime em suas "dores e delícias".

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Democracia
Tom Zé

Democracia que me engana
na gana que tenho dela
cigana ela se revela, aiê;
democracia que anda nua
atua quando me ouso
amua quando repouso.

É o demo o demo a demó
é a democracia
é o demo o demo a demó
é a democracia.

Democracia, me abraça
com tua graça me atira
desfaz esta covardia, aiê;
democracia não me fere
mira aqui no meio
atira no meu receio.

Democracia que escorrega
na regra não se pendura
na trégua não se segura, aiô;
democracia pois me fere
e atira-me bem no meio
daquilo que mais eu mais receio.

Democracia, não me deixe
sou peixe que fora d'água
se queixa, morre de mágoa, aiê;
democracia não se dita
maldita seja se dura,
palpita pela doçura.

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

"MAS ELE É TÃO LEGAL, POR QUE VOCÊ NÃO 'DÁ' PRA ELE?..." - Cultura do estupro: o que é e por que devemos combater

Uma das frases mais repetidas quando é veiculada alguma notícia de crime contra mulheres é essa que dá título a postagem de hoje. Acompanhada de outras como: "também, com essa roupa!" Ou ainda: "Bebendo desse jeito também, queria o quê?"

Essas frases, assim como a forma de pensar que as sustenta compõem algo que não é apenas nacional, é mundial: a CULTURA DO ESTUPRO. 

CULTURA DO ESTUPRO pode ser entendida como o conjunto de práticas sociais, formas coletivas de pensar, de sentir e atitudes que legitimam o estupro, que garantem omissão sem alguma culpa quando alguma ofensa ou agressão (física, inclusive) é dirigida a mulheres e que culpabilizam a vítima.

Pense no seu cotidiano:quantas vezes você não ouviu (ou mesmo falou) que "sorriu, f#$@u!" quando alguma mulher sorriu em uma festa? Ou ainda: "É minha namorada (esposa, ficante, noiva) tem que transar comigo quando eu quiser!"

Uma muito comum é afirmar que mulheres que são bem tratadas por homens deveriam "dar pra eles", ou namorá-los, ou casar. Geralmente na escola essa é uma forma de pensar quando uma jovem se recusa a ficar com o "cara legal" mas que não está dentro dos padrões de beleza ("bonito", malhado etc.)

Pois bem, não se acanhe se houve identificação. É tão naturalizado que se mostra como correto. MAS NÃO É. É parte da ideologia patriarcal que está na base que formou a visão quase planetária acerca das mulheres.

Um bom primeiro passo é reconhecer que se é machista, sexista (o mesmo vale para racista e homofóbica/o) e, posterior a compreensão de como você se tornou isso, combater essa forma perversa de apropriação da vida das mulheres.

Este é um tema vastíssimo e dará ainda muitas postagens.

O vídeo "É sua culpa" (It's your fault, no original) foi produzido com o objetivo de tocar nesse assunto e o faz de maneira irônica, o que é forma boa de se levar a desnaturalização do ato criminoso e da culpabilização da vítima.

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domingo, 4 de janeiro de 2015

GOD OF WAR, CANDOMBLÉ E PROTECIONISMO RELIGIOSO


Uma das frases mais repetidas é: "religião não se discute". E vem acompanhada das seguintes: "política e futebol também não".

No programa domingão do faustão do dia 04 de janeiro de 2015, em um quadro denominado saco de risadas, quem assistiu pôde ver três comediantes "alegrando" espectadoras/es e telespectadoras/es, sendo um deles vestindo indumentária e afirmando ser a divindade Yemanjá, do panteão afro-brasileiro.

Impressiona a falta de respeito com a crença que não é judaico-cristã, que foi caracterizada como invejosa, briguenta e num dos momentos de maior desrespeito, quando tenta agredir uma das bailarinas do faustão, ela "planta bananeira" e é retirada do palco, podendo se ver quando um dos comediantes que participava da cena chutar aquele que se designava como a divindade.

A intolerância religiosa deve ser combatida em todas suas manifestações. Da mesma forma que se busca respeito para as divindades religiosas afro-brasileiras, também deve-se contestar representações depreciativas de padres, freiras, pastores, papas e qualquer manifestação que esteja atrelada a fé que se professa.

Pense além: qualquer representação, seja em imagens, canções etc,do deus judaico-cristão é logo tachada de herege, pede-se que seja retirada do ar, das bancas, pensa-se até em processar juridicamente.

Mas aqui pergunto: e God of War? Aquele jogo muito famoso e que retrata várias divindades gregas bem violentas, perversas e afins? Ainda que haja uma indústria cultural que ganhe e muito com o jogo, devemos considerar que são parte da religiosidade de um povo. (aqui não trataremos das metamorfoses sofridas pela religiosidade grega, mas fica o ponto para você pesquisar, ok? ;) )

Apenas pense mais um pouco: quando se trata da religiosidade judaico-cristã, a depreciação, o desrespeito raramente atingem o deus supremo, ficando restrito aos papas, padres, pastoras, freiras. No caso das religiões afro-brasileiras, o ataque é direcionado aos deuses e deusas - as/os próprias/os.

É tão naturalizado que nem se notam essas práticas discriminatórias que vão desde palavras até jogos, aparentemente, inofensivos.


Aqui você confere uma montagem que foi feita sobre uma parte da Capela Sistina pintada por Michelângelo e que mostra o personagem do jogo God of War se preparando para atacar a representação católica de deus. Muita polêmica causou e ainda causa. A outra foto mostra o momento de desrespeito exibido em rede nacional no domingão do faustão.

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EU NÃO SOU CACHORRO, NÃO - IDEIA CANTADA - porque música cafona (brega) também foi censurada

É comum, quando se faz referência ao período de governo civil-militar (antes referida apenas como ditadura militar, mas esse é assunto de outra postagem, aguarde), pensar quase que automaticamente em artistas censuradas/os e, mais especificamente, em artistas como Caetano Veloso, Chico Buarque, Raul Seixas.

Porém, deve se considerar que há a construção de uma memória "oficial" acerca da história da música brasileira e que privilegia determinadas/os artistas no processo de patrulhamento e censura da produção cultural do período.

Na época existia um grupo de artistas que era alcunhado de "cafona" (ou brega que, hoje em dia, se refere a outro estilo musical com algumas semelhanças) e que também foi censurado.

Odair José, Wando e Waldick Soriano foram colocados nesse grupo. No caso de Waldick Soriano, a canção EU NÃO SOU CACHORRO, NÃO sofreu a ação dos censores pois estes acreditaram (ou quiseram acreditar) que a ela fazia queixas, denúncias contra o regime (!).

Se você ficou impressionada/o com isso, compreenda que em um regime autoritário um dos grupos que são imediatamente colocados sob vigilância é o de artistas, por falarem aos corações e mentes de quem os escuta, lê, olha.

Waldick Soriano é um bom exemplo que, mais do que ser cafona, brega, tratar de amor pode ser algo considerado perigoso, independente de como se trate.

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sábado, 3 de janeiro de 2015

O QUE FAZER DA MINHA VIDA? - Milan Kundera, Frank Sinatra e possíveis possibilidades

Uma das questões mais frequentes nas nossas mentes é: será que estou fazendo a coisa certa?

Não há quem não tenha, em algum momento, ficado em dúvida acerca das próprias ações e de seus possíveis resultados.

Essas dúvidas são imobilizadoras - na maior parte das vezes - e nos impedem de agir. Noutras, nos direcionam para tomar as mesmas atitudes que deram resultados para outras pessoas, que nós conhecemos ou que acreditamos conhecer.

É comum também darmos ouvidos para as pessoas que aparentemente sabem o resultado que nossas ações terão.

Uma possibilidade de lidar com a angústia de não saber os resultados de nossas ações é simplesmente agir. Fazer o que tem que ser feito.

O escritor Milan Kundera em seu livro "A insustentável leveza do ser" escreve que a vida não admite ensaios, rascunhos, ou seja, não dá para fazer "de brincadeira" qualquer coisa, apenas fazer e, posteriormente, pensar acerca de como repercutiu.

Frank Sinatra, cantando "My Way", nos mostra alguém fazendo uma espécie de retrospectiva da própria vida e afirmando que, ao final, fez "o que quis" assumindo "as porradas que vieram".

Então, quando a pergunta vier (e ela com certeza virá), pense que é muito difícil saber com exatidão quais os resultados que suas ações terão, mas que o peso do resultado será sempre menor quando se assume, se afirma a própria vida e nossas escolhas.

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TESTEMUNHAS: DE JEOVÁ, DE DARWIN E DA FALTA DE EQUILÍBRIO

Uma das questões mais acirradas do mundo das ciências - humanas, numéricas e da saúde - diz respeito ao início de tudo, tanto da vida na terra quanto do universo. Duas teorias se destacaram nesse tempo todo: o criacionismo e o evolucionismo.

Cada uma dessas teorias tem adeptas/os que as defendem fervorosamente.Tanto uma quanto a outra explicam, da maneira que lhes cabe, as origens.

Entretanto, em ambos os lados há posicionamentos de negação da explicação do outro. Essa negação passa tanto pelo posicionamento da simples afirmação de que um dos lados está correto e o outro está errado e  até pela pressão para que o Estado retire ou coloque uma das duas teorias nas grades curriculares das escolas.

A proposta mais ousada talvez seja identificar como essas diversas explicações podem se aproximar e enriquecer as respostas sobre a pergunta "de onde viemos?" .

Será que o evolucionismo não é a forma com a qual Deus/a/es/as (seja qual for em que se acredite) age sobre sua criação?

Em momento algum busco negar qualquer dos lados, mas sim buscar uma forma através da qual possamos pensar além do  que se tem de imediato e que poucas vezes é problematizado.

Rousseau foi um dos pensadores iluministas que chamou atenção para os perigos da supervalorização da explicação científica, pontuando que apenas se substituiria uma "fé" por outra.

O vídeo do Porta dos Fundos, Testemunha de Darwin, pode ser interessante para percebemos como, muitas vezes, o discurso científico se assemelha ao religioso na defesa do que se acredita. E vice-versa.

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